terça-feira, 22 de junho de 2010

Despedida.



Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual
a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita. É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos
deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos,
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.

Martha Medeiros.

2 comentários:

  1. Essa crônica da Martha é ótima, aliás, a própria Martha é maravilhosa né?!
    Menina, tu é de Santo Antônio? :)
    Eu sou de osório...

    Beijão!

    ResponderExcluir
  2. é otima sim.
    Sou sim,e estou sempre em Osório pq ficava com um guri dai e a minha melhor amiga mora ai. HAHAHA
    beeijo :*

    ResponderExcluir

Quem sou eu

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Santo Antônio da Patrulha, Gaúcha, Brazil
Meu nome é Carolina,tenho 16 anos,moro numa cidade pequena no interior do Rio Grande do sul,sou viciada em orkut,twitter essas coisas,adoroooo fazer novas amizades,sou um pouco estressada e falo o que penso mesmo.Gosto mt de moda e música então sempre procuro me atualizar sobre tudo que rola nesse meio não so para postar aqui como para ficar informada. :*

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